A memória dos cães é especial por diversos motivos. Donos de uma das mentes mais curiosas de todo o reino animal e gerando cada vez mais questionamentos (e também respostas) acerca de como seus cérebros funcionam, esses são pets que, apesar de irracionais, são inteligentes e proporcionam interações que surpreendem o tutor todos os dias.
Variam de pequenas buscadas de brinquedos arremessados até uma vasta infinidade de comandos, que muitas vezes são adquiridos até mesmo que sem um adestrador para ensiná-lo. Se ficou curioso para saber de que forma isso é tão comum, e como funciona a memória dos cães, leia a matéria abaixo e confira tudo sobre o assunto, incluindo informações sobre o cérebro e o comportamento que podem te chocar. Conheça!
Memória dos cães ou dos gatos: qual a mais poderosa?
Um fato que influencia nesse questionamento é o de que o tamanho do cérebro de um cachorro é bem maior e mais pesado que o de um gato. E sim, é comprovado que o cérebro dos cães geralmente pesa mais que o dobro dos gatos. Os caninos carregam cerca de 64 gramas na cabeça, enquanto os felinos convivem com 25 gramas apenas. Mas será que isso influencia na inteligência? Na verdade, isso não influencia diretamente na inteligência dos pets, então não necessariamente os cães são mais inteligentes por isso.
O que também se torna fator essencial na qualidade da memória dos cães e dos gatos é a quantidade de neurônios. E pelo que se sabe nos dias atuais, o cérebro do cachorro também conta com um número de neurônios bem superior ao dos gatos. Uma pesquisa realizada pela Universidade Vanderbilt, dos Estados Unidos, afirmou que os felinos contam com apenas 250 milhões de neurônios corticais, enquanto os cães 530 milhões. Apesar do número parecer enorme, acaba ficando pequeno quando em comparação aos humanos, que carregam pelo menos 86 bilhões de neurônios.
Mesmo com a superioridade de tamanho cerebral e de neurônios, não se pode dizer ao certo que o primeiro fator influencia diretamente na inteligência do pet. Isso porque o número inferior de neurônios no cérebro dos gatos é uma coincidência, levando como exemplo os ursos que têm o cérebro maior, mas com a mesma quantidade que deveria ser determinante.
Memória dos cães no entendimento ao humano
Os cães se esforçam muito para entender a linguagem humana, em especial a alguns comandos. Eles são capazes de compreender algumas coisas, ainda mais quando há a adaptação ao treinamento e à repetição de palavras, como por exemplo um comando em específico (“vamos passear” ou “casinha”), ou o próprio nome várias vezes falado. Até por conta disso existe tanto a crença de que os cachorros são animais realmente bastante inteligentes.
Segundo outra pesquisa dos Estados Unidos, dessa vez realizada pela Universidade Emory, os cães se esforçam ao máximo para entender o que quer dizer cada aspecto da comunicação humana. O destaque nesses casos vai para a adaptação para novas palavras, já que os animais não entendem o que o tutor transparece num primeiro momento e tentam mais ainda a compreensão.
O estudo informa que novas palavras emitidas pelo tutor fazem com que a região auditiva do cérebro do cachorro trabalhe melhor. Ou seja, palavras que não são do conhecimento do cão estimulam a maior atividade dessa parte do cérebro, responsável por boa parte da comunicação – mesmo que nem sempre consigam descrever completamente. Até por conta disso se torna um hábito relacionado à vontade de agradar um tutor a todo o tempo, já que desta maneira os agradariam.
Lembranças proporcionadas pela memória dos cães
Inicialmente, podemos imaginar que a memória dos cães os proporciona a entender apenas comandos básicos, chamados de nome, etc. Porém, a dúvida de que eles teriam a mesma capacidade dos humanos de lembrar de eventos existe, e atrás disso, uma pesquisa do MTA-ELTE Comparative Ethology Research Group, da Hungria, colocou a memória do cachorro em um palanque dos mais altos. Segundo a pesquisa, ela é bem mais desenvolvida do que nós, seres humanos, imaginamos.
Os estudantes analisaram 17 cachorros de raças distintas, que deveriam realizar ações inéditas ao receber o comando de seus tutores. De acordo com o estudo, 94,1% dos cães repetiram os movimentos passados de forma correta ou após um período até entender ao que se referia. A partir do ponto que a maioria dos cães conseguiu desenvolver a ideia de lembranças, é afirmável que o cérebro do cão é capaz de guardar memórias, já que precisariam delas para cumprir as tarefas requeridas pelo seu tutor. Apesar de não ser como a dos humanos, os cães, em geral, são animais com ótimas lembranças.