
O setor de alimentação animal no Brasil fechará o ano com saldo positivo. Segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), a produção de rações deve atingir 90 milhões de toneladas até o fim de dezembro, representando um crescimento de 2,7% em relação a 2023.
Em entrevista ao Panorama PetVet, o CEO do Sindirações, Ariovaldo Zani, destaca o papel do Brasil como protagonista global na segurança alimentar e na exportação de produtos agropecuários. “Apesar da instabilidade geopolítica e fragilidades socioeconômicas, o setor continua impulsionado pela inovação e melhorias constantes na cadeia de proteína animal. A atuação conjunta das entidades do setor, aliada à matriz energética sustentável e à ampliação das áreas de pastagem, fortalece o abastecimento doméstico e as exportações”, comenta.
Na avaliação do executivo, o atual cenário econômico deve gerar novas oportunidades para as cadeias produtivas, promovendo maior valor agregado às exportações e otimizando custos logísticos. Ele afirma ainda que a queda nos preços da soja (7%) e do milho (4%), observada entre janeiro e setembro, em relação ao mesmo período de 2023, além do aumento da demanda por proteína animal, são fatores-chave para o crescimento do setor.
Setor de alimentação animal teve impulso especialmente no 2º semestre
Nos primeiros nove meses do ano, o setor produziu 62,6 milhões de toneladas de ração, um aumento de 1,6% em comparação ao mesmo período de 2023. Zani ressalta a importância do segundo semestre para esse resultado. “Esse crescimento reflete a resiliência da cadeia produtiva e a capacidade do setor de se adaptar às condições adversas, como as altas no dólar e os desafios climáticos que afetaram outras áreas do agronegócio”, analisa.
Entre os segmentos analisados, a produção de ração para cães e gatos permaneceu estável, totalizando 3 milhões de toneladas de janeiro a setembro, ante 2,9 milhões de toneladas no mesmo período do ano anterior.
De acordo com projeções da Abinpet e do Instituto Pet Brasil (IPB), a divisão de pet food deve encerrar o ano com R$ 42,6 bilhões de faturamento, o que representa 55,1% do volume de negócios da indústria. Em relação a 2023, o crescimento é de 11,8%.
E segundo o Sindirações, a produção deve ultrapassar 100 milhões de toneladas até 2031. “Os dados refletem a robustez do setor, mas também indicam a necessidade de investimentos contínuos em eficiência e expansão para novos mercados”, conclui Zani.