Contrariando a tendência de desaceleração da economia do país, o mercado pet na China dobrou de tamanho em cinco anos. Dos US$ 6,9 bilhões (R$ 34,15 bi) em vendas no ano de 2018, o setor ultrapassou a casa de US$ 13,6 bilhões (R$ 67,32 bi) em 2023.
Considerando apenas Hong Kong, o valor saltou de US$ 0,8 bilhão (R$ 3,96 bi) para US$ 1,2 bilhão (R$ 5,94 bi) no mesmo período. O número de veterinários também dobrou na última década. As informações são da Euromonitor International, divulgadas pelo Financial Times.
Segundo analistas da economia chinesa, dois fatores contribuíram para esse cenário – as baixas taxas de fertilidade e o crescente número de pets nos lares da população. Em Hong Kong, por exemplo, o contingente de cães e gatos cresceu de 549.100 em 2018 para 584.400 no ano passado.
Mas ter animais domésticos envolve despesas consideráveis, incluindo exames de saúde, consultas veterinárias e aquisição de alimentos e petiscos, que podem custar centenas de dólares por mês em Hong Kong. Atualmente, ainda segundo dados da Euromonitor, a região detém o maior gasto per capita com animais de estimação entre as principais cidades e regiões da Ásia-Pacífico.
A reportagem indicou ainda que, em Hong Kong, o custo dos serviços veterinários pode alcançar valor equivalente aos serviços de saúde privada para humanos. Uma cirurgia para um cachorro com pancreatite pode custar mais de US$ 30 mil (R$ 148,5 mil).
O mercado pet na China ganhou ainda mais força no pós-pandemia
Assim como observado no Brasil, a posse e adoção de pets na China continental cresceu durante a pandemia de Covid-19.
Ao Financial Times, o sócio da PwC, Jacky Lui, destacou a expectativa de crescimento nas áreas de alimentos, acessórios e serviços de saúde para pet nos próximos dois anos, impulsionado principalmente pelo aumento de jovens que estão adotando animais de estimação pela primeira vez.
Projeções para o setor em escala global
No ano passado, um relatório da Bloomberg Intelligence sugeriu que o setor poderia alcançar cifras globais de US$ 500 bilhões até o fim desta década. O montante equivale a R$ 2,4 trilhões. Atualmente, os Estados Unidos e a Europa permanecem como os principais mercados. Nos últimos dez anos a tendência se expandiu na Ásia.