
A Universidade Estadual do Maranhão (Uema) desenvolveu uma pesquisa sobre o diagnóstico da esporotricose em gatos atendidos no Hospital Veterinário da instituição.
A pesquisadora responsável pelo estudo é a médica veterinária e doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da UEMA, Allana Freitas Barros, que teve como orientadoras as professoras Ana Lúcia Abreu Silva e Larissa Sarmento.
De acordo com a professora Larissa, a infecção, causada por fungo, tem tratamento de médio a longo prazo. Para isso, o tutor do animal deve procurar o médico veterinário e buscar o diagnóstico, e em seguida, iniciar o tratamento, onde será administrado um antifúngico oral.
Larissa explica que o fungo é diagnosticado por meio de exames laboratoriais, quando observados sinais clínicos de lesões compatíveis com a esporotricose, originado do fungo Sporothrix sp.
A professora ressalta que a doença tem cura, tanto em animais como em humanos, e quanto mais rápido for o diagnóstico, maiores as chances de ter sucesso no tratamento, que varia conforme a condição clínica de cada animal e indivíduo. “É importante que sejam implementadas medidas de vigilância e controle necessárias para conter o crescimento da doença”.
Já a pesquisadora Allana aponta que, durante os trabalhos, além dos exames para o diagnóstico – citologia e cultura fúngica – também foram feitos questionários epidemiológicos para a análise dos fatores de risco desses animais. No estudo foram diagnosticados 102 animais com esporotricose, sendo que a maioria era macho, não castrado e com acesso livre às ruas.
A doutoranda esclarece, também, que a partir dos dados obtidos, foram elaborados materiais educativos sobre a enfermidade e são realizadas ações de extensão com os tutores de animais atendidos no HVU-Uema. “Os dados obtidos com a pesquisa podem auxiliar as autoridades de saúde na aplicação de medidas de controle e prevenção para evitar o desenvolvimento da doença na região, tendo em vista que a infecção também é transmitida para humanos”, afirma a Allana.
O que é a esporotricose
A professora Ana Lúcia informa que a esporotricose é uma micose subcutânea causada pelo fungo Sporothrix brasilienses, que acomete principalmente gatos, e, ocasionalmente cães, assim como seres humanos. É considerado um problema de saúde pública devido ao alto contágio associado ao aumento da população felina, sobretudo animais errantes e semi-domiciliados, considerados reservatórios do agente etiológico.
Com essa pesquisa, foi observado que alguns animais acometidos pela esporotricose não respondem ao tratamento com o antifúngico de eleição (Itraconazol), por isso, estão sendo feitos estudos para avaliar a sensibilidade antifúngica dos isolados Sporothrix brasilienses circulantes em São Luís.
Além disso, testes in vitro estão sendo realizados utilizando plantas medicinais da região para avaliar o efeito antifúngico em isolados Sporothrix brasilienses.