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Petlove pede que Cade barre fusão da Petz e Cobasi

fusão da Petz e Cobasi
Foto: Canva

A fusão da Petz e Cobasi pode ser barrada. A Petlove entrou com uma nova petição no Cade. A alegação é de que as análises conduzidas até o momento pela autarquia confirmam suas preocupações de que não haverá qualquer player no setor pet “capaz de rivalizar com a empresa combinada”. As duas líderes do varejo pet rebatem essa argumentação e acreditam em tentativa de tumultuar  a avaliação do acordo.

Para apurar as implicações concorrenciais da transação, o órgão enviou 385 questionários a fornecedores, marketplaces e outros varejistas. Até agora, 136 companhias responderam com detalhes sobre esse mercado e suas avaliações quanto ao eventual impacto da fusão entre Petz e Cobasi.

Mas, na avaliação da Petlove, pequenos pet shops, agrolojas, varejo tradicional e marketplaces não são capazes de oferecer pressão competitiva sobre as duas varejistas. “As respostas ao teste de mercado demonstram o tamanho do poder de barganha das duas companhias. Um total de 94 empresas afirma que a Petz e a Cobasi têm elevado poder de barganha, o que afetaria a competitividade do segmento”, alega.

A Petlove também voltou a pedir para ser admitida como “terceira interessada” no processo, justificando que, diferentemente do que sugeriram as concorrentes, ela fundamentou seu pedido e seu temor está se comprovando.

Fusão da Petz e Cobasi não é problema para todo setor

CEO da PetCamp, Victor Leite não vê problema na fusão, desde que seja feita de maneira correta, respeitando todas as políticas concorrenciais. “Qualquer tipo de profissionalização do mercado pet é bem-vinda”, afirma. Ao Panorama PetVet, Leite elencou alguns desafios aos quais o setor deveria se atentar, como informalidade, falta de controle de qualidade de produtos e sonegação fiscal. A rede de pet shops conta com 95 unidades, localizadas no interior de São Paulo e em Minas Gerais. A expectativa é terminar o ano com cerca de 115 lojas.

O setor pet fechou o ano de 2024 com um faturamento total de R$ 75,4 bilhões, conforme dados da Abinpet e do Instituto Pet Brasil (IPB). Com relação aos canais de acesso, as cadeias de mega stores pet têm uma fatia de 9,3%, faturando R$ 7 bilhões, atrás de pequenos e médios pet shops e das clínicas e hospitais veterinários.

Dentro do segmento de e-commerce, o varejo especializado também é o que mais vende. Os pet shops virtuais representam 40,6% do faturamento, com R$ 2,3 bilhões, seguido pelas lojas virtuais das mega stores, com R$ 1,5 bilhão (26,8%) e pelas lojas virtuais de pequenos e médios pet shops, com R$ 1,2 bilhão (21,5%).

Posicionamento

Após publicação da matéria no jornal O Globo, a Petz e a Cobasi enviaram posicionamento sobre o caso. Leia a íntegra:

A fusão entre Petz e Cobasi tem como objetivo gerar valor por meio da troca de competências e ganho de eficiência, o que deve resultar em maior concorrência e preços mais competitivos ao consumidor. O mercado de pet é altamente pulverizado e competitivo, com agentes que incluem desde grandes marketplaces, varejo autosserviço e redes franqueadas até pequenos pet shops e agrolojas.

O setor segue dominado por empresas de pequeno e médio porte, com destaque para os pet shops de bairro, preferidos por dois em cada três consumidores, segundo dados do Sebrae. Essas lojas representam quase metade do mercado e estão presentes em grande número no entorno das unidades Petz e Cobasi, o que comprova a rivalidade e a diversidade do setor.

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