Panorama PetVet

Esta startup quer ajudar pet shops locais a competir com as megastores

A Woof nasceu como uma plataforma de adoção para levar o amor dos pets às casas brasileiras. O que seus criadores, Caetano Altafin e Marcela Grezes, não imaginavam na época é que passariam a apoiar pequenos e médios empreendedores desse nicho. Primeiro, com um marketplace “pet-cêntrico”, voltado a digitalizar as vendas de pet shops locais. Depois, com um serviço que se propõe a turbinar a operação como um todo, com sistema de gestão e até “banho de loja”.

Caetano Altafin, um dos fundadores da Woof, conta que sempre foi tutor de animais de estimação, mas que acumulava uma série de insatisfações com o atendimento e pós-venda das megastores de produtos pet. Pensando nisso, ele e Marcela Grezes, cofundadora, resolveram entrar de cabeça nesse nicho. O primeiro passo foi transformar a plataforma, então voltada à adoção, em um marketplace.

“A gente pensou que era hora dessa comunidade pet-cêntrica começar a solucionar o problema da qualidade de vida desses animais de estimação também”, comenta Altafin. “Nossa missão se tornaria ajudar os animais e capacitar e viabilizar o uso de tecnologia para pet shops locais.” Ele destaca que o compromisso da startup com a adoção de animais não ficou de lado, mas agora se dá por meio do apoio a ONGs que atuam nessa área.

A startup chegou a ser selecionada para um programa internacional de aceleração, mas os sócios tiveram de voltar para o Brasil por conta da pandemia. Porém, fizeram isso já pensando nos próximos passos da Woof: agora, além de oferecer um marketplace focado na experiência de pet care, os empreendedores decidiram lançar o Woof para Pet Shops, um pacote de serviços voltado a otimizar a operação das PMEs atendidas.

Por meio do serviço, os clientes ganham um site próprio para a venda de produtos, maquininha de uma empresa parceira e acesso a um sistema de gestão ERP. As lojas podem optar entre manter a marca própria ou obter a licença para utilizar a marca “Woof”. Nesse segundo caso, também ganham um “banho de loja”, com reestruturação do local pelo time de branding e marketing. Além de poderem vender no marketplace da Woof, os pet shops ganham acesso a um marketplace B2B, também aberto para não parceiros, que permite comprar insumos e repor estoques com preços diferenciados. Hoje, segundo a startup, há três mil negócios locais afiliados ao programa.

Altafin explica que a monetização do programa funciona por meio de royalties. O parceiro que utiliza um nome próprio paga os royalties apenas nas vendas online, enquanto o que usa a bandeira Woof recebe mais vantagens, mas paga também pelas vendas offline. Por meio da sua rede de lojas parceiras, a Woof hoje oferece itens com entrega grátis e no mesmo dia para os consumidores finais de cerca de 270 cidades.

O fundador explica que a iniciativa faz parte do reconhecimento de algo que já virou patrimônio brasileiro. “Temos o campo de futebol, a igreja, a padaria, o barzinho e agora o pet shop de bairro. Os pets estão presentes em mais da metade das casas brasileiras, e, no nosso entendimento, quem tem o relacionamento com o cliente é o local. Nosso papel é realmente empoderar o negócio local, que conhece o nome do animal e acompanha a vida do tutor.”

Além do foco na transformação digital, Altafin diz que outro objetivo da Woof é atuar na jornada do cliente. Com os pets “saindo do quintal” e se inserindo cada vez mais nos círculos sociais, é comum que tutores também procurem um bom atendimento para os peludos. “Além do pet shop local se tornar competitivo, o cliente que antes não recebia um atendimento mais personalizado e assertivo agora pode comprar com conveniência e com a melhor experiência para o seu pet”, explica Altafin.

Em 2021, a Woof faturou R$ 2,2 milhões. Segundo o fundador, os serviços possibilitaram uma economia total de mais de R$ 10 milhões para as PMEs atendidas. Para 2022, os planos englobam o lançamento de um aplicativo desenvolvido em parceria com especialistas para auxiliar o tutor a entender mais sobre o comportamento e a saúde do seu pet. A expectativa é expandir o faturamento para R$ 10 milhões.

Fonte: Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios

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