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Alimentos úmidos: especialista destaca os mitos dos sachês para cães e gatos

Alimentos úmidos

O alimento úmido tem ganhado cada vez mais espaço no cotidiano de cães e gatos, uma vez que os tutores têm prestado mais atenção na alimentação que fornecem aos seus animais.

Embora a ração seca ainda seja a opção mais popular, a Dra. Manuela Fischer, embaixadora da Mars Petcare e médica-veterinária PhD em nutrição animal, ressalta os mitos e verdades sobre os alimentos úmidos na dieta dos pets.

Um dos mitos mais comuns é a ideia de que estes alimentos possuem um alto teor de sódio, pois os animais produzem mais urina quando o consomem. Contudo, a Dra. explica que alguns estudos já comparam as dietas dos pets em seus diferentes níveis de umidade e, no caso de gatos alimentados com a dieta úmida, a ingestão de água foi maior e o volume de urina produzida também, sendo uma urina mais diluída se comparada a urina de outros gatos alimentados com dietas secas .

“Os gatos, originalmente, obtêm a maior parte de sua hidratação a partir da comida e uma dieta seca pode levar a problemas urinários e outros como desidratação e constipação”, acrescenta Dra. Manuela.

De acordo com a médica, o limite superior considerado seguro de sódio é de 3.750mg para cada 1.000kcal e as dietas secas específicas para distúrbios urinários contêm cerca de 10.000mg/kg, nível abaixo do limite superior recomendado. Por isso, “os tutores deveriam buscar produtos com maior teor de sódio, para estimular o consumo de água”, explica a Dra.

Outro mito é que o alimento úmido predispõe à obesidade, mas Manuela explica que o que ocorre é justamente o oposto. “Por ser um alimento diluído, tem que ser oferecido em maior quantidade para suprir as exigências nutricionais diárias”, esclarece a especialista.

Para evitar o excesso de ganho de peso, é essencial que se calcule a quantidade de cada alimento que o animal pode receber por dia, independente ser for úmido ou seco.

Por fim, o último mito é que os alimentos úmidos causam diarreia por conterem muita água. Um estudo comparou o escore fecal de cães com uma dieta à base de alimentos secos comerciais e outra à base de alimentos caseiros e úmidos, ambas de carne bovina, os dois grupos apresentaram o mesmo escore fecal, considerado ideal.

Entretanto, os cães com dieta de alimentos caseiros com alta umidade à base de carne de frango, apresentaram fezes secas e duras, mostrando que o teor de umidade não é o único fator que influencia na qualidade fecal. A veterinária nos conta que o tipo de proteína e de fibra utilizada também pode alterar a qualidade das fezes.

A médica ainda ressalta que a transição de uma ração para outra deve ser feita de forma gradual pois, quando feita de forma abrupta, pode provocar alterações na microbiota intestinal do animal, resultando em diarreia. A recomendação é que a substituição total do alimento seco pelo úmido ocorra em, no mínimo, um mês.

A Dra. Manuela Fischer ainda completa, “o alimento úmido completo e balanceado pode ser fornecido para todos os animais, porém, os sedentários, os predispostos à obesidade ou à formação de cálculos urinários são os maus beneficiados com esse tipo de alimentação”.

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